- Por que vocês me deixaram dormir tando?
- Ah, Rafael, eu imaginei que você deveria estar muito cansado e por isso deixei você descansar. - respondeu minha avó – Fiz mal?
- Não vó, de maneira nenhuma, eu não queria dormir muito para aproveitar o máximo da cidade.
- Não se preocupe, a cidade é tão pequena que em um único dia você descobre tudo sobre ela. Disse meu primo.
- Quer doce, eu neto? Perguntou meu avô.
- Não, obrigado. Eu vou ficar aqui sentado com vocês.
Sentei no banco que tinha na varanda ao lado dos meus avós, Otávio estava também no banco sentado na ponta e meus tios estavam em um banco perto próximo ao portão. Eu parecia a sensação da cidade, todos que passavam e falavam com qualquer um dos meus parentes eram chamados para me conhecer, eles vinham falar comigo e até me convidavam para ir em suas casas.
Mesmo morando no centro da cidade, a calmaria era demais, quase nada acontecia, o bom era que o final de semana sempre era o dia mais agitado tanto na roça como na cidade.
- Primo, hoje à noite quero ir conhecer a cidade, você vai comigo?
- Claro que vou, Rafael. Aqui tem algumas festas legais, onde todos se encontram para ouvir música, dançar e beber um pouco.
- Beber um pouco, Otávio, não muito muito – alertou minha tia - . Os meninos aqui quando bebem, exageram muito e não quero filho meu bêbado.
- Não se preocupe, tia. Eu cuido dele para a senhora. Não vou deixar esse moço passar dos limites.
- Se você garante, eu vou confiar.
- Mas eu e sua mãe voltamos hoje para a roça, Otávio – disse tio Pedro.
- Eu durmo aqui, é bom que fico mais tempo com meu primo – respondeu Otávio.