Após a sessão de risos – quando Ana terminou de
limpar a cozinha – Ana foi lavar alguns panos, Felipe estava com um
pouco de sono e eu ofereci a cama onde eu dormia para ele descansar
por algum tempo para não ficar cansado à noite. Quando a gente
chegou no quarto, Otávio estava deitado, fizemos o mínimo de
barulho possível para não despertá-lo, antes de Felipe deitar. Eu
me certifiquei que meu primo estava dormindo, mas acho que ele já
estava na décima parte da sesta da tarde.
Felipe relutou em deitar-se ali, ao lado de Otávio
para não causar problemas, mas eu insisti que ele fosse deitar um
pouco. “Já não sei se conseguirei dormir um pouco com seu
primo do meu lado”, pestanejou ele, então, o empurrei e ele
entrou de vez no quarto. Olhando para mim e vendo que não tinha
outra saída, deitou-se ali mesmo e lá ficou. Por “medida de
segurança” fiquei na porta do quarto observando os dois deitados
para me certificar que Otávio não levantaria naquele exato momento.
Fiquei por uns três minutos ali, imóvel
observando-os, até que decidi pegar meu livro e descer para ficar
lendo na sala, Felipe virou-se para outro lado da cama, encostei a
porta do quarto e fui para a sala. Sentei no sofá para ler, mas
naquele silêncio em que estava a casa, em poucos minutos de leitura
as letras já estavam dançando diante de mim, que nem percebi quando
pisquei meus olhos e eles não mais se abriram, eu estava sentado com
as pernas no sofá e aos poucos fui arriando o livro sobre mim, até
que, ele caiu no chão quando fui ataco por um sono profundo que me
pegou indefeso e totalmente desprevenido.
Ana passou por mim por várias vezes, e, em uma dessas
vezes, ela até tentou me acordar me cutucando de leve, apenas
entreabri meus olhos e depois voltei a dormi. Durante o final de
semana a roça não é considerado o melhor lugar porque a maioria
das pessoas vão para a cidade fazer compras, vender mercadoria e
visitar amigos e familiares que moram por lá.
Depois de um tempo – muito tempo por sinal – eu
ouvi um barulho de carro chegando, levantei assustado para ver quem
era, olhei por uma das janelas e pude ver que eram meus tios quem
estavam chegando. Então pensei “se são eles quem estão
chegando, que horas deve ser?” Quando olhei no relógio, já
passava um pouco das quatro horas.
Assim que levantei do sofá, meus tios já estavam
abrindo a porta conversando um com o outro, ajudeio-os a pegar
algumas coisas que eles trouxeram, logo após Ana também veio para
ajudá-los. Falei que Felipe já tinha chegado e que estava
descansando para a noite no quarto com Otávio.