Crime Conta Italiano

Após matar italiano, ambulante gastou R$ 4 mil no cartão da vítima

Thiago mora em Pernambués e trabalha
vendendo CDs na Barra

ASSASSINATO. A polícia apresentou ontem o responsável pela morte do italiano Attilio Piscitelli, 42 anos, encontrado morto no bairro dos Aflitos, no final de novembro.

Preso no domingo, Thiago Sousa Santos, 22, confessa ter assassinado o diretor teatral e educador por ele ter resistido ao fim de um relacionamento amoroso que mantinham, de acordo com o depoimento do acusado, há cerca de três anos. Apesar da alegação, Thiago usou o cartão de crédito roubado da vítima no dia do crime para gastar cerca de R$ 4 mil e fugiu com o carro do italiano. O veículo foi encontrado desmontado no início do mês na Avenida San Martin. Thiago morava com os pais em Pernambués e era vendedor ambulante de CDs e DVDs piratas na Barra, onde morava o italiano. "Parece que ele matou para roubar a vítima. Nos cinco dias após o crime ele usou o cartão de crédito, depois disso o cartão foi bloqueado pela família", disse o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Arthur Galas. O autor do crime foi localizado no Parque São Paulo, em Itinga, escondido na casa de um cunhado. Thiago e seu irmão, Leandro, 28, compraram com o cartão do italiano uma TV de 47 polegadas, roupas, calçados e R$ 1.500,00 em CDs e DVDs virgens. Nesta última compra, imagens da câmera de segurança da loja mostraram o irmão do criminoso - ele comprava usando o cartão do italiano mídias para um PM, fornecedor de produtos piratas. Foram expedidos mandatos de prisão para o sargento da PM, que não teve o nome revelado, e para Leandro, que entregou o irmão. Segundo a polícia, em outra imagem, câmeras de estabelecimentos da Ladeira do Aflitos que Thiago entrou com Attilio na Rua Desembargador Castelo Branco e saiu de lá sem ele na noite do dia 24 de novembro. "Ele aproveitou o convite do italiano para irem namorarem para matá-lo. No bar roubou a faca que usaria para o crime", explica a delegada Mariana Ouais, da 3º Delegacia de Homicídios (Baía de Todos os Santos), responsável pelo caso. O corpo do italiano foi encontrado em frente a casa de nº 6 daquela rua, com um corte profundo no pescoço feito por uma faca de mesa e perfurações no estômago provocado por uma pedra.

Amiga de Attilio, Claudia Nogueira diz que o italiano tinha uma vida reservada e que Thiago não era conhecido dos amigos. "Pelo que conhecemos dele (Attilio), desconfiamos que ele tenha ameaçado o rapaz. Acho bem possível que seja o contrário.", afirma. Ela desconfia do tempo de relacionamento informado por Thiago, e conta que a família já soube da prisão. "Agora podemos dormir mais tranquilos", disse.

Fonte: Jornal Correio, Salvador, quarta-feira, 19 de dezembro 2012. Alexandro Mota