sábado, 31 de maio de 2014

"The Normal Heart", que estreia amanhã na HBO, retrata luta por direitos civis gays

Adaptação de peça de teatro, 'The Normal Heart' se passa durante a explosão da epidemia de Aids nos anos 80

Na igreja, ele desaba: “Odeio esses serviços fúnebres, hoje os principais eventos de nossas vidas sociais. Estamos perdendo toda uma geração. Jovens desaparecendo. Quantas músicas deixarão de ser feitas? Quantas coreografias jamais serão executadas?  Por que eles estão nos deixando morrer? A  resposta é simples: eles simplesmente não gostam da gente”. 
A gente, no caso, são os gays da Nova York à época. O monólogo é a reprodução de cena que o dramaturgo Larry Kramer testemunhou e transportou para o palco do The Public Theater, em 1985. 
Um dos mais notórios militantes pelos direitos civis dos homossexuais nos EUA e dos primeiros a apontar o que percebia ser irresponsabilidade das autoridades e da própria comunidade gay durante a explosão da epidemia da Aids, o autor, ele próprio HIV positivo, retornou à labuta para a adaptação de sua peça para a TV, em telefilme que estreia na HBO neste sábado (31), às 22h.
Matt Boomer e Mark Ruffalo  em cena de The Normal Heart, telefilme que estreia amanhã, às 22h, na HBO(Foto: Divulgação)

Durante uma década, Barbra Streisand deteve os direitos de adaptação para o cinema, mas o longa só saiu do papel quando Ryan Murphy, criador da série Glee, penhorou sua casa para reviver a história de Ned Weeks, papel de Mark Ruffalo (Os Vingadores, Zodiac), escritor e alter ego de Kramer, alçado a líder de uma comunidade devastada por uma doença tão desconhecida quanto letal, por meio da ONG Gay Men's Health Crisis.
Trupe Estelar
“Li o texto de Kramer quando estava na faculdade e nunca mais me esqueci. Trabalhamos juntos por três anos no roteiro, e o filme conta com 40% de material novo, assinado por ele”, diz Murphy. Para Mark Rufallo, Kramer foi, “indiscutivelmente” um herói do movimento pelos direitos civis nos EUA, cujo capítulo dedicado aos homossexuais é “sensacional”.
“Passei horas conversando com Larry. Pedia para me contar histórias da época e não procurei nenhum distanciamento do personagem. Quis retratar com a maior fidelidade possível sua trajetória, sua tragédia heroica”, conta. 
Parsons, conhecido pelo Sheldon da série The Big Bang Theory, é o único ator de uma trupe estelar - Ruffalo, Julia Roberts, Matt Bomer, Alfred Molina, e com Brad Pitt assinando a coprodução - a ter também vivido o drama nos palcos, na montagem da Broadway de 2011 (premiada  com três prêmios Tony).
Gay, como Murphy, Parsons diz ter sido impossível, nas filmagens, não refletir sobre as conquistas civis dos homossexuais nas últimas três décadas: “E, ao mesmo tempo, quanto mais você mergulha no texto, mais percebe o humanismo de The Normal Heart é o que machuca o coração, porque você não consegue deixar de pensar: isso pode acontecer de novo, com qualquer grupo”.
O filme, que traz Roberts como a médica Emma Brookner - inspirada em Linda Laubenstein (1947-1992), uma das primeiras a tratar de pacientes com o vírus da Aids -, termina em 1984, antes do aparecimento dos primeiros testes de HIV. 
Das conversas com Kramer, Murphy recorda um paralelo feito pelo dramaturgo: naquele momento histórico, silêncio  e vergonha significavam morte. Por conta de sua decisão de denunciar tanto a administração local do democrata Ed Koch quanto a nacional, do republicano Ronald Reagan, e de expor a vida privada de militantes, Weeks é afastado do comitê da Gay Men's Health Crisis ao mesmo tempo em que enfrenta um drama pessoal: a piora da saúde de seu companheiro Felix (Matt Bomer), repórter do New York Times.

Fonte: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/the-normal-heart-que-estreia-amanha-na-hbo-retrata-luta-por-direitos-civis-gays/?cHash=6dce7e030f8c9a41ea2329cf0daeb0ec

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