GGB considera campanha da Schin provocação gratuita ás pessoas trans
Entidade oferece lista com nomes de mulheres trans “gostosas” á cervejaria que pegou pesado no vídeo do São João. Ação sugere reparar o tropeço dado pela agência.
O
Grupo Gay da Bahia (GGB) tomou conhecimento através da mídia
nacional do conteúdo publicitária produzido pela cervejaria
Schincariol que promove a divulgação da marca Schin por ocasião
dos festejos de São João especialmente na região Nordeste onde
tradicionalmente as comemorações acontecem com muita intensidade
religiosa e profana. A marca ao que parece queria provocar cizânias
e conseguiu. De forma jocosa e sem criatividade positiva, usou da
pseudo imagem de uma mulher trans como foco de preconceito. O cenário
do comercial é uma praça colonial, cantadores, sanfona e
bandeirolas. Bebendo e observando a festa numa mesa um grupo de
homens “pegadores” um deles levanta-se da mesa e vai ao encontro
de um moça vestida a moda caipira, ela não fala mas faz gestos
alegres para o “pegador”. Ele pára diante da mulher grande e
olha para a face dela ao tempo que desde o olhar em direção a parte
inferior do seu corpo. Meio que assustado ele olha para os amigos que
se lascam de rir da situação em que o “pegador” se meteu.
Constrangido ele a conduz até a mesa e desconfiado ao som das
gargalhadas dos outros brinda a cerveja com ela e o grupo, ao som da
música “de noite é Maria de dia é João”, música que faz
referência jocosa a questão do gênero.
O
Grupo Gay da Bahia não concebe que a publicidade use de forma
aviltante o universo das mulheres transexuais como
entretenimento popular, que use do escárnio, da chacota, gestos e
palavras, da discriminação para oprimir, desqualificar e subordinar
o gênero feminino. A utilização dessas formas podem até causar
entretenimento aos machistas mas estimulam atos violentos contra a
integridade humana e essência do gênero.
O
GGB entende que uma agressão a uma mulher trans é uma agressão a
todo o gênero feminino e agredir uma mulher trans é como agredir
todas as outras. “Mexer e desqualificar uma mulher é como
desqualificar todo o gênero” acredita Marcelo Cerqueira indicando
que pouca coisa separa uma mulher heterossexual de uma mulher trans.
O
GGB acredita que a cerveja tornou-se parte da cultura e de forma
equivocada foi associada ao sexo e o gênero feminino vem sendo
explorado ao logo dos anos como incentivo ao excessivo consumo de
bebidas alcoólicas especialmente por homens “pegadores” um
equivoca da propaganda que desconhece outros públicos consumidores
do produto ao exemplo do gênero feminino em geral e dos gays em
particular.
A
entidade sugere ao Grupo Schincariol, que chegou no “sapatinho” e
foi recebido com o calor do povo Brasileiro que repense sua
estratégia de publicidade e faça algo mais inclusivo que agrade os
seus outros valores e consumidores. O GGB sai à frente e lança o
desafio a marca em desenvolver uma campanha utilizando mulheres
trans. “Se a idéia deles é mostrar mulheres gostosas, existem
trans lindas, femininas, negras, loiras, ruivas que certamente fariam
excelente campanha inovadora e original” diz Cerqueira que indica
só na Bahia mais de cinco beldades femininas. O ativista cita nomes
de mulheres consideradas gatas como Tanucha Sampaio, Maria Eduarda,
Rosana Migler, Carolina Vasconcelos, Luana Leon e tantas outras
turbinadas. Ainda de acordo com a entidade a Schin precisa abrir a
cabeça e perceber que o mundo muda e o jeito de vender e promover
também. Usar do preconceito como entretenimento popular era coisa do
século passado, a mudança já começou e só eles que não entendem
e não ver.
Fonte: http://www.ggb.org.br/
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