quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Se Virar Viado eu Mato...

É incrível como o preconceito - acho que já virou foi despeito - das pessoas é grande, todo mundo quer se meter na sua vida, mas esquecem as suas próprias não dando ouvido ao que Jesus disse: "antes de tirar o cisco do olho do teu irmão, tira primeiro a trava que está no teu". Muita gente acha que o gay não tem vida, não tem sentimento, não tem vontades e desejos e que não pensa, não come, não dorme, ou seja, que gay é somente para fazer escândalos e sexo.
Esse pensamento além de ridículo é muito mais retrógrado que os mitos da criação. Muitos preferem que o filho seja ladrão ou que morra a ser gay, que pensamento é esse? Eu fico revoltado porque as pessoas não cuidam de suas vidas, mas se INCOMODAM por demais com os outros, emitem juízos de valor e ainda tem a cara suja de achar que os outros é que não prestam.
Se vivemos em um país chamado de democrático, onde TODOS tem o direito de ir e vir e a Constituição Federal nos garante a liberdade de vida, por que então as pessoas querem nos controlar, dizer o que podemos ou não fazer? Se não fazemos algo que prejudique a alguém, devemos ter o mesmo direito que os outros: o direito de amar, viver, casar e ser feliz. Deixa quem quiser ser o que quiser...
Bem, fiz essa introdução do meu pensamento sobre a condição de vida do homossexual no Brasil, porque quero falar para vocês sobre o que me aconteceu essa semana: na segunda-feira, eu combinei com minha ex-cunhada de ela vir aqui com o noivo para a gente selecionar e organizar algumas músicas do casamento dela que a mesma havia me pedido para baixar no meu computador. Como eles demoraram, eu pensei que eles não viriam, quando chegaram eu estava tomando banho.
Quando saí do banho, a gente ficou na sala conversando e organizando as músicas na ordem de entrada de cada pessoa. Pude perceber - o que já se vem percebendo sobre eles - que esse casamento tem um alto índice de probabilidade de não dar certo, ela ainda é apaixonada por um colega nosso com quem ficou há alguns anos além do fato de ele a reprimir muito. Acho que isso não é bom para qualquer tipo de relacionamento e, se no casamento já é assim, imagine depois de casados!
Ele sempre falava que não estava nem aí para esse "casamento" e que como ela estava à frente de tudo, ela que terminasse com as decisões. Eu fiquei muito sem graça em vários momentos e sempre tentei levá-los na brincadeira, mas não estava adiantando muito. Depois de organizarmos as músicas, ela ainda queria passar uns filmes que eu tenho para o pendrive dela, mas como já era quase 22h e ele ainda ia tomar banho de mar com os amigos, não estava nem um pouco a fim de esperá-la, ai ela desistiu.
Quando eles estava indo para casa, os acompanhei até um ponto do caminho não distante de minha casa, o noivo dela começou a imitar aqueles gays que são bem chamativos e cheios de trejeitos. Eu não tive o que falar, ela porém foi taxativa: Se o meu namorado virar gay eu mato! Contundentemente ela disse isso porque não aceitaria de maneira alguma depois de estar com o cara ele "dar para boiola"! Na hora em que ela falou isso eu lembrei logo de sua irmã. 
Por isso ainda não tomei sérias decisões em minha vida, porque muita gente também pode ser prejudicada, ela vai viver a maior vergonha dela porque com certeza vão dizer que ela estava namorando um viado. Ela não merece isso e eu a estimo muito para fazê-la sofrer de tal maneira, mesmo depois de termos terminado há pouco mais de dois anos. Fiquei muito preocupado com isso e não sei até quando vai durar esse meu dilema, essas dúvidas e incertezas me consomem como um parasita...

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