quarta-feira, 27 de junho de 2012

Absurdo


Gêmeo espancado em ataque homofóbico recebe alta e pede justiça pela morte do irmão


Caso aconteceu em Camaçari na madrugada do último domingo


Da Redação
Espancado por oito homens na saída de uma festa junina no domingo em Camaçari, José Leandro da Silva, 22 anos, recebeu alta do Hospital Geral de Camaçari (HGC) e disse que espera agora que seja feita justiça pela morte do irmão gêmeo, José Leonardo Silva. Os dois estavam abraçados e segundo a polícia apanharam porque os agressores acreditaram que os irmãos eram um casal homossexual
Depois do crime, José Leandro voltou para Ibimirim (PE), sua terra natal, onde o corpo do irmão foi sepultado. Em entrevista à TV Bahia, ele falou sobre a dor da perda e o desejo de que haja justiça no caso.
"A gente foi agredido por chute, murro, soco. Aí eu perguntei o que foi. 'É duas mulherzinhas'. Chamavam a gente de 'mulherzinhas'. Eu acho que é a homofobia que está surgindo no mundo aí, que homem não pode sair abraçado com outro homem, pai não pode abraçar um filho. Quero que a Justiça vá até o fim. Meu irmão era minha alma gêmea. Trabalhava junto, a gente saía, a gente se divertia junto. Foi uma perda muito grande. É uma dor que eu nunca vou superar", contou.
José Leonardo chegou a ser socorrido para o HGC, mas morreu no mesmo dia por conta das agressões a socos e pedradas. Os dois tinham participado do Camaforró e saiam da festa na madrugada de domingo quando foram abordados pelos suspeitos, que saíram de um microônibus para atacá-los. Os suspeitos tentaram fugir em um ônibus fretado, mas foram detidos pela Polícia Rodoviária. Leandro sofreu afundamento na face, mas passa bem depois da alta médica.
Suspeitos detidos
Os agressores foram presos e levados para a 18ª Delegacia (Camaçari) - cinco dos oito suspeitos conduzidos foram autuados pela delegada Maria Tereza Santos Silva - entre eles Douglas dos Santos Estrela, 19; Adriano Santos Lopes da Silva, 21; e Adan Jorge Araújo Benevides, 22, autuados por homicídio qualificado e formação de quadrilha. O irmão de Douglas, Diogo dos Santos Estrela, está foragido. Nenhum deles tem passagem pela polícia.

A delegada Maria Tereza diz que os acusados não conheciam as vítimas e que o depoimento do irmão sobrevivente dá força à hipótese de homofobia. "Tanto o irmão gêmeo que ficou vivo como os agressores não se conheciam, isso está claro nas investigações", explica.
Os suspeitos dizem que agiram porque foram ameaçados e negam que o motivo da briga tenha sido homofobia. José Leonardo deixou uma namorada grávida de 5 meses.
Caso similar
O caso lembra o ocorrido em julho do ano passado em São João da Boa Vista, cidade do interior paulista. Pai e filho foram espancados por estarem abraçados e também terem sido confundidos com um casal gay.

(Com informações da TV Bahia e de O Dia)

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