quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CAPÍTULO VI - PARTE III

As meninas saíram, mas deram muito a entender que estavam a fim de outras conversas, bem mais apimentadas. Para Otávio, garantia de diversão quando voltasse, para mim, era um saco ter que aturar aquelas meninas dando em cima de mim o tempo todo, mas em último caso... seria isso.
De longe, depois de quase meia hora, avistamos uma caminhonete vindo, acenamos para saber se iam para a roça, para a nossa sorte estava indo e passaria pelo caminho da Fazenda Nova Esperança – que é a fazenda da família – e tratamos logo de entrar no veículo. Aqui é assim, se você decide sair em um dia que não haja circulação de carros de transporte, teria que aventurar encontrar alguém que quisesse dar carona, e nós conseguimos.
No caminho, à medida que ia-se afastando do centro, as casas iam ficando cada vez mais escassas. Apenas o que se conseguia visualizar eram as árvores de um lado e do outro, subidas e descidas de terra, pequenas terras cercadas com gados, cavalos ou podes e cabras, eram as únicas coisas que tinha para ver. A caminhonete estava carregadas com algumas sacas de milho e mantimentos, provavelmente para a família passar alguns dias.
Depois de aproximadamente uma hora e meia – a fazenda da família era uma das últimas da região – finalmente chegamos na fazenda, o rapaz que nos deu carona parou praticamente em frente ao portão da casa, já conseguia avistar o casarão em estilo colonial. Como minha família foi uma das primeiras da região, a família possuía mais que o triplo de terras da região, era a maior mantenedora dos camponeses que moravam por aqui. Anos depois, vieram as secas, e algumas crises financeira e boa parte das terras foram vendidas, sendo conservadas apenas a área ao redor do grande casarão como é conhecido pelos moradores dos arredores.

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