sábado, 8 de outubro de 2011

CAPÍTULO VII - PARTE V


Meu tio, foi tomar um banho para se refrescar, e eu tentava recuperar o fôlego. Nossa, o tio Pedro é uma delícia, aquele tipo de homem na casa dos cinquenta anos que aparenta trinta, quando ele me abraçou, senti um calafrio, aquele homem alto, com o cheiro da terra e forte me abraçando, tive que me conter para não ficar excitado. Tinha vontade de continuar abraçado com ele por longas horas.
Eu fiquei imaginando minha tia sendo fodida por aquele homenzarrão, tipo grosso, barba por fazer, mãos fortes, ásperas do trabalho e firmes... aí... tudo de bom! Ele deve ser bem viril, e metendo com vontade e desejo... é melhor parar com esse pensamento e voltar a ler, a leitura é boa para a mente e alimenta o cérebro... deixa isso quieto, um homem daquele só se pode ter na imaginação e nada mais!
Retornei a minha leitura, mas não demorou muito Otávio saiu do escritório e sentou-se ao meu lado para conversar enquanto esperávamos sua mãe e a ajudante descer para colocar a mesa do almoço.
    • Seu pai chegou Otávio e perguntou por você.
    • É, eu ouvi a voz dele assim que ele entrou. Você parecia estar mais animado com a presença dele que com a do minha.
    • Que nada, não vai dizer que agora está com ciúmes do próprio pai? Eu só estou alegre por estar aqui com todos vocês, vocês são minha família que há tempo não vejo – acho que exagerei um pouco com a recepção do meu tio Pedro e tive que contornar toda a situação para que o Otávio não percebesse a intenção real que eu escondia dele. Se alguém me pegasse imaginando uma coisa dessas, acho que minha família me mataria e daria minhas carnes para os urubus.
    • Que livro é esse que você está lendo, primo. Perguntou Otávio.
    • Estou lendo Do Amor e Outros Demônios, um romance trágio bem interessante.
    • Esse negócio de leitura não é pra mim não. Isso é coisa de gente fresca, quer dizer, tirando você que é da família.
    • E quanto aos que não são da família? Perguntei somente para saber a opinião dele sobre homossexualismo.
    • O resto é tudo um bando de bichinhas! Esses desocupados que não têm o que fazer e acabam indo dar o rabo! Senti o tom de ira na voz de Otávio pois os homens do interior são muito preconceituosos com relação aos homossexuais.
    • Pois é, se você pensa assim, está pensado.
    • Mas é melhor deixar essa bobagem pra lá. Não gosto de falar de homem que pega homem, gosto de falar de homem que pega mulher. Bem que você poderia contar um pouco de suas aventuras na capital, Rafael.
    • Eu? Aventuras? Eu sou muito caseiro, primo, não tenho o que contar. Eu estava ficando nervoso, e se ele insistisse na conversa, eu poderia me enrolar todo.
    • Não acredito que numa cidade com tanta mulher bonita você não tenha nada para contar. Dizem que elas são mais fáceis, é verdade primo?

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