Eram cinco horas da manhã, eu estava no mais profundo
do meu sono, quando sinto alguém me balançando, cada vez com mais
força, eu estava com tanto sono naquele friozinho do início da
manhã que nem conseguia abrir os olhos direitos. Depois de tanta
insistência, acabei acordando, era o meu tio, ele estava acordando a
mim e ao Otávio:
- Acordem, meninos, vamos no curral tirar leite de vaca.
- Ah, tio, só mais um minuto, por favor – disse...
- Nem um minuto a mais... temos que ir logo e depois entregar o leite em algumas casas ainda.
- Está bem, em dez minutos eu desço.
Estava com tanto sono, que mais parecia um sonambulo
andando pelo quarto me vestindo. Otávio não estava com cara de quem
levantaria tão cedo, então, decidi não chamá-lo, terminei de me
vestir, escovar os dentes e desci para sair com meu tio, seria só
nós dois, ninguém estaria ali para nos perturbar. Apesar de ser que
jamais tentaria algo com meu tio, se algo desse errado e ele
percebesse, poderia me enxotar dali sem a menor piedade, sem falar na
tragédia que seria se todos da família soubessem.
- Está pronto? Perguntou tio Pedro assim que desci.
- Estou sim tio, podemos ir.
- E quanto ao Otávio, ele não vai descer?
- Ele ficou dormindo, acho que não vem agora não.
- Esse menino, não quer nada com as coisas da roça, não se como ele vai viver quando eu e sua mãe deixarmos esse mundo...
- Ele ainda vai cair na real tio.
O curral ficava em um local reservado ao lado da casa,
há uns dez metros de distância. Eu estava morrendo de frio, de
manhã a temperatura no campo é muito baixa, eu tremia, não pensei
que estava tão frio, por isso, não trouxe meu capote. Meu tio,
percebendo que eu tremia de frio, me deu seu capote.
- Veste, você não está acostumado com o frio daqui, eu já estou...
- Obrigado – disse olhando para ele com vergonha.
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