sábado, 12 de novembro de 2011

CAPÍTULO VIII - PARTE II


Ficamos sentados à mesa por mais de uma hora, como de costume do pessoal, conversamos muito, eu que não ia ficar somente respondendo ao “interrogatório”, também fiz várias perguntas, a maioria delas, voltadas para o meu tio Pedro.
    • Ih, estou atrasado! Marquei de encontrar o Manuel na roça e já passou da hora – falou tio Pedro após olhar no relógio.
    • O senhor fica na roça o dia todo, tio? Perguntei querendo saber mais de sua rotina.
    • Sabe, meu sobrinho, sempre tem algo para fazer lá e quando a gente vê, já chegou o finalzinho da tarde.
    • Não se preocupe – disse – eu vou te ajudar na roça enquanto eu estiver aqui.
    • Você, primo ? Questionou Otávio – Trabalhar na roça era só o que faltava.
    • Por que não, Otávio? Perguntei sem entender o jeito como ele falou.
    • É mesmo, por quê não, Otávio? Perguntou tio Pedro.
    • Ele veio da capital pra se divertir e vai trabalhar aqui!
    • Isso não deixa de ser uma diversão, primo – respondi sorrindo.
    • Mas deixa que amanhã tu me acompanha no curral quando eu for tirar leite das vacas – Falou tio Pedro.
    • Tudo bem, então fica assim combinado – falei olhando para Otávio – amanhã eu vou para o curral ajudar você, tio a tirar leite das vacas.
    • Vai ser muito engraçado – disse tia Glória.
Todos riram do pequeno comentário de tia Glória, inclusive eu. Tio Pedro, que estava mais que atrasado, deixou-nos e foi para a roça, enquanto ficamos apreciando um doce de banana que estava irresistível! Eu comi de me lambuzar, só parei porque não havia espaço para mais nada em meu estômago.
Depois do longo almoço, todos se levantaram, tia Glória foi descansar, Otávio também foi deitar um pouco, eu continuei no mesmo lugar, fiquei observando Ana tirar a mesa e arrumar tudo, na verdade, estava com preguiça de me levantar, então preferi conversar com ela um pouco:
    • Você trabalha aqui há muito tempo?
    • Sim, há mais de dez anos. Eu ainda era moça quando vim trabalhar aqui, desde então, aqui tem sido meu lar também.
    • Você mora aqui, é isso?
    • Sim, depois que perdi minha mãe, não tinha para onde ir D. Glória me chamou pra ajudá-la nas coisas da casa e me deu abrigo.
    • Que sorte você teve não acha?
    • É... eu gosto daqui, eles são muito bons comigo.
    • Posso te fazer uma outra pergunta?
    • Sim, pode.
    • Você tem namorado? Perguntei meio sem jeito.
    • Eu... não... quer dizer... eu estava namorando um moço, que mora do outro lado da fazenda, mas ele não queria nada sério, só queria mesmo se divertir comigo, então, mandei ele ir pastar.
    • Ah, olha Ana, a conversa está boa, mas eu vou descansar um pouco. Depois nos falamos mais.
    • Tudo bem, senhor Rafael...
    • Só vai ficar bem quando você parar de me chamar de senhor – falei interrompendo o que ela estava dizendo, mas sem tom de arrogância.
    • Certo, eu vou me acostumar.

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