Ao sair do banheiro ele estava na porta esperando, acho
que demorei demais no banheiro, Otávio por certo queria fazer outras
coisas além de tomar banho. Pois bem, guardei em uma sacola à parte
as roupas usadas, peguei o livro que estava lendo, deitei na cama do
meu primo para lê-lo, antes de começar a ler, decidi ligar para
meus pais, desde que eu tinha chegado em Lagos, ainda não tinha
ligado para eles, peguei meu celular na mochila, fui até a janela
para captar a rede e liguei:
- Alô, mãe? Aqui é Rafael, tudo bem? Perguntei todo animado.
- Sim, meu filho, quanto tempo! Liguei hoje para sua avó, mas ele disse que você foi para a roça.
- Pois é, eu vim com meu primo Otávio. Como estão as coisas por aí?
- Por aqui está tudo bem, filho. Olha, seu pai está mandando um forte abraço e disse para você se cuidar, “tá” bom?
- “Tá” sim, mãe, diga a ele que mando outro abraço e que estou com muitas saudades de vocês. Agora terei que desligar para não acabar o crédito. Tchau, um beijo.
- Outro, meu filho, espero que volte logo.
A conversa não poderia demorar muito por causa das
terríveis tarifas interurbanas e de deslocamento, então, consegui
falar com minha mãe o suficiente para matar a saudade dela e de meu
pai. Após a conversa, voltei para a cama de Otávio e dei início à
leitura do meu livro. Minha tia passou pela frente do quarto e parou
por na porta me olhando enquanto eu lia, não percebi logo, pois
estava concentrado na leitura.
- Eu sempre quis que seu primo gostasse de leitura assim como você – disse tia Glória em tom suave.
- Tia? Falei assustado – não percebi que a senhora estava aí!
- Desculpe se te assustei – respondeu ela – eu não queria interromper sua leitura.
- Tudo bem, tia, não tem problemas. Quanto ao Otávio, ele tem suas qualidades.
- Eu sei, eu sei... mas ele é muito parado para os estudos, não sei o que aquele menino quer...
- Não se preocupe, tia, pelo que pude perceber, meu primo é uma pessoa que um dia vai se encontrar, pode demorar, mas a senhora tenha certeza que ele vai se encontrar.
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