sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CAPÍTULO VIII - PARTE VI


Enquanto conversávamos sobre Otávio, o mesmo saiu do banheiro enxugando a cabeça e mostrou-se surpreso ao ver minha tia parada na porta conversando comigo, depois, sentou-se na cama ao meu lado – eu estava deitado – e ficaram falando sobre a infância de Otávio, suas molecagens, travessuras e até as doenças que ele teve. Rimos bastante da infância do Otávio, geralmente, nós jovens temos vergonha que nossos pais falem de nossa infância, mas meu primo sentia-se bem à vontade falando dele.
A conversa ainda permaneceu durante um bom tempo, descemos para a cozinha para fazer um lanche, ficamos lá o resto da tarde, até ajudei Ana e minha tia a fazerem a janta e olha que nos divertimos muito apenas conversando. Acho que nunca falei tanto como hoje, quase não paramos de falar.
Enquanto a gente ainda estava na cozinha, tio Pedro chegou e foi direto tomar um banho e trocar de roupa, nós fomos para a sala assistir ao noticiário antes de irmos jantar, logo depois, meu tio desceu – todo cheiroso – cumprimentou-nos e deu um beijo em tia Glória, sentando-se ao seu lado para assistir conosco. Na sala tem um sofá que fica perto da janela que dá pra ver a rua, ou melhor, a estrada, e em frente a ele fica um outro sofá, no meio fica a TV. Eu estava com Otávio e Ana, enquanto meus tios estavam no sofá afastado da janela sozinhos, eu olhava mais para meu tio que para a televisão, ele com aquele corpo fresco, pós banho vestido uma bermuda jeans e camiseta branca abraçando minha tia – bem que poderia ser eu.
Eu estava tão estático olhando para ele – sem deixar que os outros percebessem, claro – que nem percebi quando o jornal terminou, só ouvi minha tia dizendo “agora vamos jantar!”. Otávio desligou a TV e todos foram para a cozinha jantar, lá a conversa começou novamente, esse povo nunca cansa de conversar, talvez, esta seja a única coisa que tenham para se distrair.
Ainda era cedo, sete horas, mas como é de costume das pessoas aqui do interior, as refeições são feitas cedo e todos geralmente dormem cedo, exceto os mais novos que com a energia, celular, internet e algumas fotos, costumam dormir um pouco mais tarde.
Depois do jantar, meus tios não assistem TV, vão direto para o quarto até dormirem, eu, Otávio e Ana ficamos assistindo um pouco, tinha um filme que Otávio havia baixado e ele colocou para a gente. Não gostei muito do tipo de filme, mas como não tinha outra coisa... quando terminou, já era quase dez, Ana estava cochilando no sofá...
    • Acorda, Ana, vai dormir na cama – falou Otávio.
    • Nossa – falou com os olhos quase fechados e voz sonolenta – eu peguei no sono que nem vi.
    • Então vai para a cama, já está tarde – Falei.
Desligamos a televisão e fomos dormir, fui direto para o banheiro colocar minha roupa de dormir – um short e camiseta – e escovar os dentes. Quando voltei, Otávio já tinha trocado de roupa e só estava esperando eu sair para poder escovar seus dentes. Abrimos a cama, peguei um cobertor de algodão e nos deitamos.
Eu não conseguia dormir, nos primeiros momentos é difícil dormir logo em um lugar onde não estamos acostumados, não demorou muito, logo ouvir os roncos baixos de meu primo, fiquei olhando para o teto um bom tempo, como o sono não queria vir, levantei um pouco e fiquei na janela, olhando o vento balançar as folhas, fazia um friozinho, só se ouvia o som das folhas, não se via ninguém passando pela estrada, nem um carro ao longe se avistava. Acho que fiquei por quase uma hora ali na janela, depois fui deitar, aí que peguei no sono sem nem perceber a hora...

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