sábado, 11 de fevereiro de 2012

CAPÍTULO XI - PARTE V


Olhei para ele e dei risada, subi para o seu quarto para ficar lendo, já estava quase no final do livro e queria ver se conseguia lê-lo todo antes mesmo de Felipe chegar. Quando cheguei no quarto, assim que peguei o livro e deitei na cama de Otávio, Ana bateu na porta.
    • Pode entrar. Respondi.
    • Rafael, tem uma moça na sala e quer falar com você.
    • Moça? Mas que moça? As únicas pessoas que conheço foram as que Otávio me apresentou, e mesmo assim são da cidade.
    • Eu conheço ela, é a Maria, filha do senhor Onésio, fazendeiro aqui da região.
    • Tudo bem, peça a ela para esperar, já vou descer.
Ana saiu para dar o recado e eu fiquei no quarto, o nome não me era estranho, mas eu não lembrava de ter conhecido alguma Maria. Guardei o livro e desci para ver quem era a moça que me procurava, talvez ela esteja procurando a pessoa errada.
Quando desci as escadas, parei no primeiro degrau, Otávio continuou sentado e a moça ao me ver se levantou com um sorriso cativante. Ficamos nos olhando tentando o reconhecimento um do outro, mas não me lembrava dela, ela abriu os braços e veio em minha direção. Me deu um abraço daqueles de alguém que não vê a pessoa amada há anos.
    • Pensei que nunca mais fosse te ver! Disse ela me abraçando fortemente.
    • É... me desculpe, mas eu não me lembro muito bem de você. - falei enquanto afastava ela educadamente de mim.
    • Sou eu, Maria...
    • Maria, desculpe, mas eu ainda não me lembro de você.
    • Da última vez em que você esteve aqui nós chegamos a namorar, quer dizer, não foi bem namorar, mas trocamos alguns beijinhos quando você veio aqui na roça.
    • Ah, lembrei de você, me desculpe! Já havia passado tantos anos que eu não conseguia lembrar.
    • Tudo bem, depois de tanto tempo é normal. Mas então finalmente você veio nos visitar? Já está há quanto tempo aqui na cidade?
    • Eu cheguei na semana passada, há exatos oito dias. É tanta coisa para fazer e tanta gente para a gente ver que infelizmente algumas acabam passando “esquecidas”.
    • É mesmo, mas assim que eu soube que você estava aqui, eu vim te ver, e você está tão bonito, o tempo só te fez ficar mais belo – disse ela olhando no fundo dos meus olhos e alisando o meu rosto delicadamente.
    • Obrigado pelo elogio...
    • Maria – disse Otávio – acho melhor você ir porque eu e meu primo vamos fazer algumas coisas agora.
    • Tudo bem, amanhã eu venho aqui com mais calma para ver você, Rafael.
Maria me deu um abraço de despedida e saiu, não consegui entender a princípio o porquê Otávio tinha feito aquilo.
    • Por que você mandou a garota ir embora?
    • Ah, primo, eu percebi que você não estava nem um pouco a fim de papo com aquela garota, e sem falar que ela é uma das meninas mais chatas daqui da roça. O que tem de bonita tem de chata. Não sei como você conseguiu ficar com ela!
    • Obrigado primo por me salvar! Realmente, não sei onde estava com a cabeça quando fiquei com ela, mas também, naquela época ela não era tão chata assim.

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