A
Alta Comissária da ONU, Navy Pillay, já se manifestou expressamente
sobre o continuado aumento dos crimes homofóbicos e exortou os
governos nacionais a tomarem medidas para acabar com a discriminação
e com o preconceito baseado na orientação sexual ou na identidade
de gênero. Segundo Pillay, “Ninguém tem o direito de tratar um
grupo de pessoas como sendo de menor valor, menos merecedores ou
menos dignos de respeito” (ONU, 2011). Também o Ministro do STF,
Carlos Ayres Britto, já se declarou publicamente favorável à
criminalização da homofobia. Em sua opinião, trata-se de uma
"prática que chafurda no lamaçal do ódio" (entrevista ao
jornal Folha de São Paulo, em 04/07/2011):
O
sr. é a favor de criminalizar a homofobia? Tenho
[para mim] que sim. O homofóbico exacerba tanto o seu preconceito
que o faz chafurdar no lamaçal do ódio. E o fato é que os crimes
de ódio estão a meio palmo dos crimes de sangue.
Enquanto
o Legislativo nacional segue dominado pelo projeto teocrático,
apenas nos primeiros vinte dias desse ano de 2012 o Brasil
supostamente fraterno já assassinou barbaramente 20 LGBTTs, sendo
seis na Bahia, 4 na capital Salvador, cidade do histórico GGB. Única
e exclusivamente em razão de sua orientação sexual e, em alguns
casos, também pela sua identidade de gênero.
Essa
continuada ascensão da violência homofóbica tem nos discursos
desqualificadores e na ausência de lei complementar fixando o tipo
penal e a sanção, os seus fatores mais graves, vez que fomentadores
das agressões e sua impunidade, conforme conclui o fundador do Grupo
Gay da Bahia, o antropólogo Luiz Mott (BARROS, 2012).
Diante
de semelhante conjuntura, cabe a pergunta:
-
Quantos mais precisarão ser assassinados e espancados, até que o
Congresso aprove a Lei Antidiscriminação?
Enviado
por Michel Franklin
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este espaço é seu, portanto, comente à vontade...