Demos fortes gargalhadas, tão exageradamente, que Ana
apareceu na sala para ver o que estava acontecendo pensando que era
alguma coisa, ao ver que estávamos apenas nos divertindo, ela
franziu os olhos e voltou para a cozinha para terminar o almoço. Eu
deixei Otávio na sala, e voltei para o quarto para continuar a ler.
Enquanto estava deitado de bruços na cama de Otávio
lendo, meu celular tocou. “Só pode ser o Felipe”, pensei
enquanto procurava meu aparelho sendo guiado pelo som. Quando atendi,
conheci pela voz que era mesmo o Felipe, fiquei tão tenso que estava
até tremendo de nervoso.
- Alô, alô, alô...
- Felipe, é você? Perguntei fingindo que não estava conseguindo ouvir.
- Sim, sou eu. Eu já cheguei, estou na frente da casa de seus tios.
- Tá bom, tá bom. Já desço para te atender.
No mesmo instante, larguei o livro na cama e desci
desbandeirado para atender abrir a porta, meu primo me olhou com cara
de assustado, como quem não estava entendendo nada. Ainda na porta,
avistei ele no portão em pé, recostado na moto, olhando para a
porta. Saí meio sem graça e fui ao seu encontro. Nossa, cada passo
que eu dava em direção a ele, eu ficava mais nervoso, ia a passos
lentos, pensando no que iria falar, qual seria sua reação e todo o
que eu tinha que fazer e falar para ele naquele momento. Quando abri
o portão - fazia um sol muito forte – e ele me olhando.
- Oi, tudo bem? Me cumprimentou apertando minha mão com firmeza.
- Tudo ótimo, e quanto à você? Perguntei ainda tenso.
- Eu estou bem, obrigado. Gostando muito daqui, essa cidade é muito legal, meio parada, mas legal.
- É, realmente. Me surpreendo a cada dia com as pessoas e as paisagens daqui. Mas, vamos entrar, aqui está muito quente.
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