quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

CAPÍTULO XI - PARTE X


Eu queria que eles ao se verem tivessem se dado bem e ficassem, ao menos bons conhecidos, mas a realidade foi bem diferente. Quando Otávio estava comigo na praça e Felipe chegou, ele percebeu algo diferente entre nós, por isso ficou totalmente sismado com ele. Na nossa família é assim mesmo, quando alguém mexe com um, está sem dúvida mexendo com todos e o que aconteceu foi exatamente isso: o extinto de proteção da família acabou florescendo em meu primo naquele momento.
Com certeza ele não esquece isso, e, mesmo hoje sabendo que eu e Felipe estamos amigos, acho que acabou formando uma mistura de ciúmes e protecionismo que não passam.
Enfim o almoço terminou e, antes que a gente pudesse se levantar, Ana chegou colocando a sobremesa que havia preparado “especialmente para a visita”, disse toda entusiasmada. Assim que ela falou isso, eu imediatamente olhei para meu primo sem que ele percebesse que eu queria era ver sua reação: ficou estático, sem nenhuma palavra dizer, apenas franziu as sobrancelhas.
Felipe já não mais ligava, ele tinha percebido que não valeria a pena ficar ali se chateando por causa de coisas bobas, então, logo entrou no clima e não dava mais atenção às implicações de meu primo e já levava muita cosia que ele falava na brincadeira. Otávio tomou sua sobremesa calado, era um doce de melancia maravilhosíssimo! Só mesmo as pessoas do interior conseguem cozinhar tão bem, de maneira ímpar!
    • Será que seu primo ainda está chateado comigo? Perguntou Felipe.
    • Que nada, esquece isso! Vamos aproveitar o tempo já que hoje mesmo você vai voltar para a casa de sua família.
A gente ainda ficou ali conversando, rindo e falando uma série de besteiras. Ana estava lavando os pratos e limpando a cozinha, nós ficamos lá fazendo-a companhia e ela participava conosco da conversa. Foi muito bom aquele momento, lamentei apenas por meu primo não estar participando, mas ele havia escolhido se retrair e eu não tinha como fazer nada por mais que eu tentasse ou me esforçasse.
Ana contou cada caso, das pessoas da roça e também dos meus tios e do meu primo, muita coisa inusitada, parecia até uma piadista! Felipe e eu ríamos tanto como dois bebês que caem na gargalhada por qualquer motivo; às vezes ela fazia também algumas imitações que eu até chorei de rir, mas ri tanto que minha barriga doía de tanto se contrair.

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