quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Resultado da Enquete - Parte II

Para finalizar a enquete que havia sido realizada no mês passado, segue agora a mais uma parte da pesquisa:


Auto-aceitação
Quando chega a pré-adolescência e a adolescência, essa coisa da orientação sexual ainda não é muito clara para o adolescente, até porque ele não tem clareza do que é a sexualidade. Então, quando ele adquire clareza da orientação sexual e gostaria de sair do armário, entra o grande medo que esse adolescente tem de se revelar. Claro que esse medo vai depender do ambiente no qual ele vive como também da história dele de como foi essa percepção da diferença, se ele percebeu isso e aceitou de uma maneira natural ou se ele percebeu de cara que era uma coisa muito ruim. E aí, portanto, as suas dificuldades internas sem relação a isso, sua visão negativa, preconceituosa, sua própria visão, vai influenciar na maneira com ele vai administrar a questão de sair do armário ou não. De maneira geral, ainda existe uma homofobia internalizada muito grande, porque não tem como você eliminar anos e anos de uma mensagem negativa a respeito da sua sexualidade. O grau de auto-aceitação varia muito, muito em função da mensagem que essa criança, esse adolescente, esse adulto vem recebendo na sua história de vida.

Saindo do armário aos poucos
Sair do armário pode ser feito de várias maneiras, por exemplo, sair do armário de forma seletiva. O que significa isso? O adolescente hoje entra na internet e tem um contato com uma comunidade que na minha época não existia, e hoje você tem um acesso direto. Esse jovem acaba muito mais estimulado a sair do armário de forma seletiva, para os amigos, começar a freqüentar lugares gays, etc, mas não necessariamente para a família, para a sociedade, porque ainda existe um grau de intolerância muito grande. Claro que, dependendo da família, de onde esse jovem cresce, ele pode ter maior ou menor facilidade de lidar com isso. sair do armário não é necessariamente um ato único em que o sujeito estáfora do armário para todo mundo. sair do armário publicamente é a terceira e última etapa desse processo, que é muito mais longo. Por outro lado, também, hoje você tem mais modelos, você tem uma visibilidade um pouco maior, principalmente nas grandes cidades, o que torna essa situação teoricamente menos problemática do que era no passado, mas não necessariamente. Porque uma coisa é você ser aceito nesse pequeno grupo, outra coisa é ser aceito de maneira mais integrada na sociedade. Até em cidades como São Paulo você vê que não é muito fácil você se assumir de uma forma mais aberta.

Família: não há como prever a reação dos pais
Para sair do armário diante da família, é importante que esse jovem saiba que não há como prever a reação das pessoas. Portanto, qualquer tentativa de se mostrar está sempre sujeita às reações das mais diversas. Você tem história de pessoas que esperam que os pais tenham um ataque e os pais falam “ah, eu já sabia”, e você tem história de pessoas que achavam que os pais, liberais e tal, cabeça boa, vão lidar bem com isso, e quando contam os pais querem se matar. Então é importante lidar com uma certa incerteza em relação a como as pessoas vão reagir.

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