Grupo Gay contabiliza seis homicídios de homossexuais
Tássia
Correia
O
Grupo Gay da Bahia divulgou nesta sexta-feira, 20, uma nota em que
eleva o tom contra o governo do Estado com acusações de falta de
diálogo para políticas contra homofobia e aumento dos índices de
violência contra gays.
Pelas
contas do grupo, nos vinte primeiros dias desse ano, seis
homossexuais foram mortos na Bahia. "Passamos a ter, nesse
início de 2012, um LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travesti)
assassinado a cada 3 dias", bradou o antropólogo e fundador da
entidade, Luiz Mott.
A
nota cita quatro casos de homicídios contra gays em Salvador: o de
um pai de santo morto no subúrbio ferroviário, o de duas lésbicas
encontradas mortas na Barros Reis e o de uma travesti assassinada,
segundo o GGB, pelo próprio irmão no dia da Lavagem do Bonfim.
O
quinto caso aconteceu em Barreiras, oeste baiano. O corpo do
funcionário público Eliano Souza Bezerra, que trabalhava na Câmara
Municipal de Barreiras, foi encontrado na quinta-feira, 19, no Rio
Grande. O rapaz foi morto a pedradas por dois homens, presos em
flagrante por policiais militares.
No
momento do crime, uma testemunha ouviu uma discussão sobre uma pedra
de crack e os gritos do funcionário público pedindo para não ser
morto. A sexta vítima, citada pelo GGB, é Joabison Dias Cruz, de 19
anos, morto a tiros em frente a casa onde morava no município de
Itororó, sul da Bahia.
Apesar
de em alguns dos crimes, a polícia apontar envolvimento com tráfico
de drogas como motivação, Mott afirma que isso não diminui a
gravidade dos dados. Para ele, a discriminação e a falta de punição
para envolvidos em crimes contra homossexuais colocam essas pessoas
em situação de vulnerabilidade, o que aumenta a insegurança.
"A
violência letal antihomossexual atingiu na Bahia seu limite máximo
de insuportabilidade: ou o Governo realiza ações radicais de
controle da homofobia, ou o Grupo Gay da Bahia vai iniciar ação
internacional junto a OEA denunciando o Estado de improbidade
administrativa e prevaricação governamental pois a comunidade
homossexual – que representa 10% de nossa população – está em
pânico e não suporta mais o clima de insegurança. Wagner e a
primeira dama são reconhecidamente amigos históricos dos gays, mas
a política governamental para esse segmento não está
funcionando!", atacou.
A
assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Segurança
Pública informou que não poderia comentar a nota, pois o secretário
Maurício Barbosa está viajando. A Polícia Civil, por meio da
assessoria, pediu prazo até a terça-feira para avaliar os casos
citados na nota do GGB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este espaço é seu, portanto, comente à vontade...