Com isso fiquei mais aliviado, graças a Deus ela não
tinha percebido nada e nem Ana tinha ouvido nada porque se tivesse,
ela já teria comentado. Quando você faz algo que sabe que está
errado, acaba ficando assustado, para qualquer lado que você olhe ou
com qualquer pessoa que você fale fica aquela sensação de que
sabem de algo e que estão escondendo de você. Acho que a paranoia é
tanta, que você até percebe que a pessoa está te olhando diferente
como quem esconde algo que viu ou ouviu você fazendo.
Nem quis demorar tomando café, preferia ficar longe da
presença dela, eu não gosto muito de fingir, então eu teria que me
policiar ao máximo para não dar bandeira. Preferi não ir para o
campo na parte da manhã porque não me senti pronto para olhar no
rosto do meu tio, fui para o quarto tentar ler um pouco. Quando subi,
peguei meu livro, coloquei uma cadeira perto da janela e antes de
abrir o livro, fiquei em pé olhando a paisagem, sem nenhum motivo
aparente coloquei a mão no bolso de trás da calça e percebi que
tinha um pedaço de papel.
Quando puxei o papel do bolso e vi, era o número de
Felipe, a sorte foi que como só tinha usado aquela calça uma vez,
não tinha lavado ainda, então o número dele estava lá, me
esperando. Era a chance que eu estava esperando para voltar a falar
com ele, senti uma alegria e emoção tão grande quando vi aquele
número, na hora a chama da esperança reacendeu em meu coração.
Tive logo a ideia de convidá-lo para vir no sábado para irmos para
a festa que tem na roça vizinha, assim, eu poderia ficar mais perto
dele.
Na mesma hora peguei logo o celular para ligar para
ele, mas assim que digitei o número, achei por bem esperar Otávio
chegar para falar com ele já que ele demonstrou não ter ido muito
com a cara de Felipe. Mas aquela seria a minha estratégia para
passar o final de semana com o homem que era capaz de me fazer
esquecer qualquer outro, inclusive meu tio.
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