quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

CAPÍTULO X - PARTE III


Com isso fiquei mais aliviado, graças a Deus ela não tinha percebido nada e nem Ana tinha ouvido nada porque se tivesse, ela já teria comentado. Quando você faz algo que sabe que está errado, acaba ficando assustado, para qualquer lado que você olhe ou com qualquer pessoa que você fale fica aquela sensação de que sabem de algo e que estão escondendo de você. Acho que a paranoia é tanta, que você até percebe que a pessoa está te olhando diferente como quem esconde algo que viu ou ouviu você fazendo.
Nem quis demorar tomando café, preferia ficar longe da presença dela, eu não gosto muito de fingir, então eu teria que me policiar ao máximo para não dar bandeira. Preferi não ir para o campo na parte da manhã porque não me senti pronto para olhar no rosto do meu tio, fui para o quarto tentar ler um pouco. Quando subi, peguei meu livro, coloquei uma cadeira perto da janela e antes de abrir o livro, fiquei em pé olhando a paisagem, sem nenhum motivo aparente coloquei a mão no bolso de trás da calça e percebi que tinha um pedaço de papel.
Quando puxei o papel do bolso e vi, era o número de Felipe, a sorte foi que como só tinha usado aquela calça uma vez, não tinha lavado ainda, então o número dele estava lá, me esperando. Era a chance que eu estava esperando para voltar a falar com ele, senti uma alegria e emoção tão grande quando vi aquele número, na hora a chama da esperança reacendeu em meu coração. Tive logo a ideia de convidá-lo para vir no sábado para irmos para a festa que tem na roça vizinha, assim, eu poderia ficar mais perto dele.
Na mesma hora peguei logo o celular para ligar para ele, mas assim que digitei o número, achei por bem esperar Otávio chegar para falar com ele já que ele demonstrou não ter ido muito com a cara de Felipe. Mas aquela seria a minha estratégia para passar o final de semana com o homem que era capaz de me fazer esquecer qualquer outro, inclusive meu tio.

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