quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

CAPÍTULO X - PARTE X


Percebi então que ele não queria falar sobre o acontecido, ele preferia deixar tudo no anonimato, às escondidas. Assim era até melhor, fingir que nada aconteceu, porque dessa maneira evitaríamos as suspeitas das pessoas da casa.
Depois disso, voltei a trabalhar na terra, aprendi rápido a lição dele, e comecei a capinar. De vez em quando ele vinha até mim, olhava se eu estava fazendo tudo certo, quando via que não tinha nada de errado, perguntava se eu precisava de algo, o que ele queria mesmo era me acalmar, me fazer agir normalmente, me dizer de maneira indireta que não tinha motivo para eu me preocupar.
No final da tarde, entramos em casa, eu estava arrasado de tanto trabalho, minhas mãos inchadas que nem davam para fechar direito. Entrei alvoraçado em casa e fui direto para o banheiro tomar banho, tirei a roupa e fiquei embaixo do chuveiro deixando a água correndo por meu corpo. Não só as mãos, mas o corpo todo estava dolorido, quando você não tem o costume de literalmente “pegar no pesado”, fica complicado depois...
Conforme a água passava pelo meu corpo trazia um alívio ímpar, agora sim eu estava ficando melhor, o corpo ainda dolorido, mas uma sensação de bem estar muito grande, pena que tive que sair porque Otávio também queria tomar banho, ele abriu a porta do banheiro – o que me deu maior susto – e foi usar o vaso sanitário, eu estava no box me enxugando. Fiquei com vergonha de estar ali com meu primo “me vendo”, mas procurei encarar numa boa, ele não se importa com isso, mas eu fiquei sem graça porque ele poderia perceber meus olhares para o corpo dele, apesar de ser que ele nem estava sem roupa, só tinha tirado a camisa porque estava muito suada.
Mas não me demorei no banheiro, procurei logo me vestir e deixá-lo só. Quando entrei no quarto, vi aquela cama tão perfeita na minha frente, que me joguei sobre ela sem pensar duas vezes, nunca tinha feito tarefas tão braçais assim, mas estava me descansando na cama de Otávio.

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