CAPÍTULO X - PARTE VI

Tio Pedro não estava nem aí, ele agia como se nada tivesse acontecido nessa madrugada, meu coração estava a mil, mas ele estava tão tranquilo e natural que cheguei até a pensar que ele poderia estar sonambulo quando transamos. Mas acho que não, ele só sabia disfarçar muito bem, como ele não estava preocupado, pensei “por que eu me preocuparia também?” Deixei a neurose de lado e comecei a agir com naturalidade também, entrei na conversa como se nada realmente tivesse acontecido.

Durante a conversa, Otávio falou da roda de fogueira na fazenda do sr. Joaquim, que seria amanhã...

• Nós vamos primo para a roda de fogueira, geralmente ele começa pelas nove horas, então a gente vai um pouco mais tarde, que é quando já tem muita gente lá. Disse Otávio.
• Tudo bem, primo. Ah, eu posso chamar uma pessoa para ir com a gente, se você não se importar e se tia Glória e tio Pedro não ver problema em ele passar o dia aqui?
• Mas quem é que você vai convidar? Você não conhece ninguém aqui, só as pessoas que eu te apresentei. Falou Otávio.
• É o Felipe, aquele colega de viagem que você conheceu na praça.
• Acho que não, primo, eu não fui muito com a cara dele...
• Mas o que ele fez para você não gostar dele, Otávio? Perguntou tia Glória.
• Na realidade, tia – disse – ele não fez nada, o Otávio que acho que está com ciúmes ou medo de perder a companhia do primo dele.
• Eu com ciúmes de um marmanjo! - exclamou – era só o que me faltava!
• Então – falou tio Pedro – se não há nada de errado com o moço, pode chamar ele para vir, se ele quiser ele pode vir ainda hoje, vamos ter o maior prazer em receber um amigo de nosso sobrinho.
• Obrigado, tios! Então eu ligo para ele daqui há pouco.
• Você vai para a roça agora de tarde, primo? Perguntou Otávio.
• Vou sim, primo. Eu fiquei em casa de manhã sem nada para fazer, vou ajudar vocês agora pela tarde.